• Anteriores: Estratificação Lógica Natural

Anteriores: Estratificação Lógica Natural

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Introdução

Uma característica e preocupação do ser humano é o estudo da natureza e, em um primeiro momento, ele observa e tenta decifrar os mistérios encerrados nesses fenômenos e que, de uma forma ou de outra, impactam a condição humana. O homem, na tentativa de descobrir, conhecer, ver, experimentar, imitar ou até controlar a natureza, aguça seus sentidos para fazer uma série de classificações e tentar colocar uma ordem nas diferentes esferas da natureza, mas tudo com apenas um objetivo: aproveitar e colocar a serviço da humanidade o conhecimento, as ideias e a sequência que cada ser vai decifrando através do estudo e da reflexão.

Este trabalho destaca a observação, a análise e a experiência e, porque não dizer, muita criatividade, que são o resultado de anos de trabalho odontológico; com base nesse acúmulo de conhecimento e evidências, são feitas duas propostas que, de modo geral, poderiam ajudar a gerar uma codificação e um modo de elaboração, uma linguagem de trabalho entre dois atores importantes no processo de elaboração das próteses dentárias, o cirurgião-dentista e o ceramista. Para poder criar esse código e fazer essa reprodução, é necessário fazer um planejamento, estabelecendo uma técnica única aplicável aos materiais atuais, baseados nas características estruturais e próprias dos dentes naturais.

As propostas apresentadas abrem um grande leque de combinações, possibilidades e soluções, permitindo que os ceramistas deem asas à sua imaginação criativa, estabelecendo seus próprios estereótipos de próteses e tudo isso com um único objetivo − enfrentar o desafio de imitar ou até mesmo igualar a natureza estética dos dentes.

De acordo com a classificação proposta pelo especialista, sabemos que em um primeiro momento o cirurgião-dentista deve identificar uma cor base e, em seguida, as características específicas de cada tipo de dente, que vão desde o monocromático até o trincado, um dente jovem, adulto ou velho, com características próprias da idade ou de uso, tais como fraturas ou simplesmente translucidez, e que serão configuradas de forma ordenada, seguindo a estrutura natural do dente.

Como mencionado anteriormente, o cirurgião-dentista e o ceramista devem conhecer as características específicas dos dentes, a fim de identificá-las, as possíveis combinações e os materiais a serem usados; por isso, é necessário que estes profissionais conheçam e possam utilizar uma mesma linguagem para identificar e reproduzir com mais precisão o que o paciente deseja, recriando a natureza ou a estética própria dos dentes.

O desafio dos protesistas é imitar, detalhadamente, a estética de um dente natural com as condições e características apresentadas por ele; esse é um verdadeiro desafio para esses profissionais e, para dar o primeiro passo, eles devem se aventurar a registrar suas experiências, seus trabalhos e, o mais importante, se atreverem a fazer uma proposta de classificação dentária que, até agora, poderíamos dizer que existe, que está aí, em algum lugar conhecido por todos – basta apenas extraí-la de dentro da beleza de uma boca, traduzida em um sorriso.

A reprodução da natureza é algo impossível, mas o homem procura igualá-la ou imitá-la como um desafio para chegar à perfeição; para isso, deve desenvolver suas habilidades dia após dia, aguçando sua percepção e maximizando sua observação. Essas habilidades nos permitem aproximar das características estruturais que a natureza nos presenteia nas coisas mais simples.

Na reprodução de um dente natural, a observação é a ferramenta principal que nos permitirá decifrar os elementos que formam essa estrutura, dando ao homem uma única opção, que utilizada de forma lógica e ordenada, nos obriga a construir as diferentes camadas de modo semelhante ao que a natureza criou com perfeição.

A descrição desse trabalho, a aplicação, a ordem estrutural e a inserção das massas cerâmicas não têm como objetivo duplicar um dente natural na forma e na cor, já que o verdadeiro propósito é mostrar a técnica e entender a estrutura do dente natural.

Independentemente da localização no globo terrestre, um dos problemas diários que o cirurgião-dentista encontra ao confeccionar uma prótese dentária é selecionar a cor, registrá-la e comunicar as características especiais apresentadas pelos dentes naturais visto que, mesmo tendo as escalas adequadas ou o auxílio da tecnologia, sempre será difícil transmitir o que o clínico observa e que, muitas vezes, se restringe ao profissional que faz a prótese. A finalidade é fazer com que o clínico e o ceramista possam identificar essas particularidades como, por exemplo: translucidez, opalescência, desmineralização, pigmentação, etc. e assim transmitir com mais facilidade a informação por meio de um código.

Com base na observação clínica diária tem sido possível identificar biótipos dentários com características independentes de forma, cor, idade, gênero e raça. A ideia principal é simplificar com uma linguagem de códigos e características claras a comunicação entre o cirurgião-dentista e o ceramista, o que era alcançado apenas, na maioria dos casos, com fotografias.

É necessário que o ceramista aplique os pós cerâmicos de modo semelhante, na medida do possível, entendendo que se trata da reconstrução ou reposição com uma prótese de dois tecidos (esmalte e dentina) com características individuais e comportamentos diferentes sob a reflexão da luz. Levando em consideração o que foi dito anteriormente, o ceramista deve estratificar a prótese começando pela reconstrução da camada equivalente à dentina em espessura e posição, aplicando posteriormente a camada que corresponde ao esmalte, alcançando, assim, uma distribuição análoga à do dente. Desse modo, podemos posicionar os efeitos que serão reproduzidos em posição ou profundidade a fim de alcançar mais semelhança com o dente natural.

O autor, baseado nesse procedimento, propõe um código de comunicação para o cirurgião-dentista e a descrição da estratificação individualizada de cada um dos biótipos para o ceramista dental.

O processo começa tomando como base a cor da escala VITAPAN CLASSIC ou VITAPAN 3D MASTER (VITA-Zahnfabrik). Uma vez obtida a cor base, o cirurgião-dentista, baseado nessa classificação, poderá identificar com mais facilidade as características apresentadas pelos dentes do paciente, quer seja com um ou mais biótipos, dando ao ceramista as características com mais precisão e facilitando, assim, a comunicação entre ambos.

A proposta apresentada a seguir mostra a construção da restauração que, seguindo a formação estrutural do dente, será dividida basicamente em duas etapas.

Biótipos encontrados com mais frequência

1 - DENTE MONOCROMÁTICO

2 - DENTE DESGASTADO PROGRESSIVAMENTE

3 - DENTE JOVEM

4 - DENTE VELHO

5 - DENTE FOSCO

6 - DENTE AMARELADO

7 - DENTE ESBRANQUIÇADO

8 - DENTE BICOLOR

9 - DENTE MANCHADO OU ESCURECIDO

10 - DENTE TRANSLÚCIDO

11 - DENTE COMPLEXO

12 - DENTE PEROLADO OU NACARADO

13 - DENTE ACINZENTADO

14 - DENTE TRINCADO


Mais Informações
Título Anteriores: estratificação lógica natural
Autor(a) Jorge Carro Juárez
ISBN 9786599018367
Edição/Ano 1/2020
Número de Páginas 274
Capa DURA
Dimensões 31X24X2

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Tags: Anteriores, estratificação, lógica, natural, Jorge Carro Juárez, livro, odontologia